sábado, 3 de maio de 2008

Nas coxas.


(esse texto que vocês iram ler é do livro "Brasileiros Pocotó" do Luciano Pires, um jornalista muuuuito sensacional, e eu já li esse livro e tinha q colocar esse texto)


País de primeiro mundo tem seus problemas básicos praticamente resolvidos, liberando tempo e energia para coisas importantes, como o lazer.
Seu sucesso deve-se à disciplina, ao comprometimento com os processos.Aos planos bem-feitos, inclusive os de contingência e à repetição de fórmulas prontas.
Dizem que, como no Brasil não temos nem planos, que dirá de contingência criativa e flexibilidade.
Houvesse planos, não teríamos de gastar tanta adrenalina nem fazer nas coxas.
Nas coxas...Esse termo vem do fato das telhas de barro do período colonial terem sido moldadas nas coxas dos escravos, nunca se encaixando direito umas nas outras.Virou sinônimo de coisa mal-feita.
(*...)
Na indústria automotiva brasileira temos milhares de exemplo de soluções que, sob o ponto de vista dos processos de primeiro mundo, seriam consideradas "nas coxas".
Ninguém fabrica motores de 1 litro como os brasileiros.
Ninguém tem tecnologia para alternativas à gasolina como nós, que exportamos conhecimento sobre motores a álcool para o mundo todo.
Nós desenvolvemos um ônibus com motor híbrido que é o melhor do mundo.
Aqui no Brasil nasceu o melhor motor a gás para veículo pesados.
O design do Gol, o carro mais vendido de todos os tempos, é brasileiro.
Verdadeiros achados, que seguem a cartilha brasileira, mais flexível, menos padronizada, mais rápida, do jeito que precisamos.Vejo com satisfação conterrâneos assumindo postos importantes nas operações do primeiro mundo.Claro que eles têm cultura e preparo, mas vencem principalmente pela bagagem brasileira, impregnada de qualidades que faltam aos autômatos do primeiro mundo.
Nossos compatriotas têm predisposição a correr riscos.Não têm problemas em buscar soluções não convencionais.Mudam na hora em que é preciso.E têm expediente para sair das frias como ninguém.
Um dos e-mails que recebi citava um situação hipotética em que no desfile das escolas de samba cada uma fosse coordenada por um país.
Fiquei imaginado ...já pensou a escola de samba alemã?
E a japonesa?
E a norte-americana?
Provavelmente teriam um orçamento de vários milhões de dólares.Um controller para cuidar dos gastos.Consultores para motivar a equipe.Trariam generias para cuidar da logística.Técnicos de Hollywood para os efeitos especiais.Coreógrafos da Broadway para dança.Uns 25 roteiristas para o samba-enredo.E computadores, aos milhares...
O resultado seria um espetáculo tecnicamente perfeito.
Mas sem o sorriso contagiante das baianas desdentadas.
Sem o suor de pura adrenalina de cada componente.
Sem as mãos cheias de feridas, sangrando de prazer, dos meninos de bateria.
Sem os seios das mulatas perfeitas.
Sem as lágrimas de desespero do destaque em cima do carro quebrado.
Sem o povo nas arquibancadas derramando-se sobre a pista.
Sem o tesão.
Olha, desculpem-me os certinhos, mas sou mais o Joca da bateria e o Paulinho Fumaça que, sem dinheiro, sem MBA, sem computador, sem falar inglês, fazem o maior espetáculo da terra.
Nas coxas.


(*... = eu cortei um pedaço do texto por causa que comentava do texto anterior, e logo não faria sentido na leitura)

6 comentários:

Unknown disse...

Cá aqui quem fala é aquele menino chato e que adora discordar das idéias dessa menina "MODESTA" e que adora falar principalmente quando minha presença é existente.

Quero dizer que seu blog não poderia estar melhor, e cada dia que passa escreve melhor.
Gostei de como você arrumou o blog e tomara que ele só cresca .

bjos

jUsT_dOn3!®

Big_Sheep disse...

faço minhas as palavras do Kevin ^^

Ou, gostei da definição de "quem sou eu" xD

Bjus

Unknown disse...

Ca vc vive me dizendo para eu comentar... mas vou fazer mais. Tomei a liberdade e vou escrever, escrever um texto q ja penso a algum tempo.

Saudades

Estou com saudade
saudade do tempo em que era feliz
saudade da brisa e do vento,
do amor e do tempo

Saudades do tempo em que se brincava na rua,
brigava tambem, mas nos eramos de lua!

Saudades do tempo que bandido não usava terno e gravata,
Mas chinelo de dedo e uma faca

Saudades do tempo que até a kombi fazia barulho,
Saudades dos sons que os grilos faziam no escuro

Saudades das estrelas,
que hoje não brilham vermelhas,
estão cinzas como as cinzas de uma fogueira

Saudade do tempo que calor era no começo do ano,
e frio só em julho

Saudades da garoa que nem conheci,
Saudades do pipoca

Saudades de um tempo atraz, um tempo que não volta mais.

Kevin S. Ferreira


espero q goste fuiiiiii ;)

Unknown disse...

Não tenho a menor dúvida que, se eu tivesse a possibilidade de pedir para Deus (se ele existir) de nascer em um país... com certeza escolheria o Brasil. É um povo que me dá orgulho (e não é por causa do futebol e do Carnaval apenas... é por causa de muito mais)... o Brasil é um país que 'tem graça'.
Bjs

Fernando disse...

Putz...Eu amo o Brasil. Não importa onde eu fosse, não haveria país igual a esse.

Beatriz K. disse...

Camila, adorei o trecho!
Fiquei até com vontade de ler esse livro. Quando der, vou procurar mais sobre ele.
aaah, adorei o trecho em que ele cita o fato do Brasil ser um país único! Muuito inteligente ele ter comparado o Carnaval brasileiro a qualquer outro. O Carnaval daqui é exclusivo, não tem como esses outros países simplesmente copiarem.
Também adoro o que você escreve, viu? Sua escrita tá melhorando sempre!

Beijão!